Com calor e umidade intensos, estética caribenha e posição geográfica diferente - ficando ao sul dos EUA -, Nova Orleans não é uma cidade que o público em geral associa com a máfia italiana.
Surpreendentemente, este não é o caso, já que a cidade foi um dos grandes polos de imigração italiana no século XIX, e assim virou um dos grandes centros da máfia siciliana nos EUA, sendo dominada por boa parte do século XX.
É com inspiração nesta região inusitada que a 2K Games e o estúdio Hangar 13 estabeleceram "Mafia III", novo jogo da veterana série de ação em mundo aberto, que nesta edição mostra um aspecto mais decadente do crime organizado italiano, perdendo o controle para outras gangues ou investigações policiais.
A vida de Lincoln
Talvez o maior chamativo inicial de "Mafia III" seja justamente a natureza de seu protagonista. Ao contrário de Tommy Angelo e Vito Scaletta, que estrelaram os games anteriores, o afro-americano Lincoln Clay não tem qualquer traço italiano, sendo um órfão criado por uma família de gângsters negros.
Ainda assim, Lincoln e seu grupo estão ligados diretamente à máfia italiana que opera em New Bordeaux, liderada por Salvatore Marcano - que em si teve inspiração em um mafioso de verdade, Carlos Marcello, que dominou Nova Orleans por décadas essencialmente sozinho.
Após ser traído por Marcano, Lincoln inicia uma trilha de vingança contra o capo, com objetivo final de tomar o seu território e matar ele e todos os seus associados.
Para contar a história de Lincoln, a Hangar 13 usou um instrumento narrativo curioso, transformando o game em uma espécie de documentário sobre a ascensão do personagem no mundo do crime, nos moldes de "Making a Murderer" e "Cocaine Cowboys".
Por meio desta ferramenta narrativa, o game procura reagir às decisões e consequências das escolhas do jogador, no formato de diferentes depoimentos ou simplesmente ao mostrar quem sobreviveu para contar a história.
0 comentários:
Postar um comentário