'Uncharted 4': primeiras impressões


Ao começar a jogar "Uncharted 4: A Thief's End", principal lançamento do PlayStation 4 neste primeiro semestre, a sensação de familiaridade é inevitável. Apesar do visual absolutamente fabuloso e de fases muito mais amplas, o jogo muda pouco em sua essência em relação ao terceiro capítulo da série, de 2011.

Mas bastam algumas horas com a provável última aventura do caçador de tesouros Nathan Drake para entender porque o herói é tão idolatrado – e porque "Uncharted 4" é o game exclusivo do PS4 mais importante até agora.




Hora da aventura


"Uncharted 4" começa com um "flashforward" e um "flashback", mas logo manda a real: o corajoso Nathan Drake está aposentado e trocou a rotina em alta voltagem para viver em tranquilidade com a esposa Elena Fisher, personagem recorrente dos outros jogos da série.

O plano acaba indo para o buraco com o reaparecimento de Sam, o irmão que Nathan achava que havia morrido em uma aventura da dupla no passado. Drake gosta da sua vida atual e se mostra dividido, mas logo deixa o tédio e a nostalgia falarem mais alto e embarca na caça ao tesouro que os dois interromperam anos atrás.

A aparição de Sam e sua relação com Nathan são o pilar da trama de "Uncharted 4". Muito mais do que Victor "Sully" Sullivan nos outros jogos, Sam é a grande figura paterna de Drake. O cara legal que ensinou tudo para o caçador de tesouros, e que faz Nathan se dedicar em dobro só para impressionar e arrancar um elogio.
Nathan Drake deixa a vida de casado e a aposentadoria para embarcar em uma nova aventura em 'Uncharted 4: A Thief's End' (Foto: Divulgação/Naughty Dog)

Mas Sam também carrega o lado ruim do papel. Ele já decepcionou Drake mais de uma vez e é responsável por alguns dos traumas do herói. Sam é o irmão mais velho e descolado que mora sozinho, mas que fica bêbado numa noitada qualquer e perde a formatura do caçula.

Coisas assim fazem de "Uncharted 4" o game mais íntimo de toda a série. Nathan e Sam ficam juntos em praticamente todos os capítulos até aqui, compartilhando tarefas e cuidando genuinamente um do outro. A convivência também ajuda a entender melhor o próprio Drake. É a partir do diálogo constante deles, por exemplo, que você percebe da onde o herói tirou suas altas doses de sarcasmo e o gosto pela aventura.

Corrida do ouro
Ao mesmo tempo, "Uncharted 4" é a aventura mais mágica e grandiosa de todas até aqui. As fases do novo game são de longe muito maiores e mais complexas do que as anteriores. E a busca pelo tesouro do pirata Henry Avery leva os irmãos Drake para lugares bem diferentes ao redor do mundo, como uma prisão no Panamá, um leilão de gala em um castelo na Itália, os escombros de uma catedral na Escócia e até as paisagens paradisíacas de Madagascar.

Escala dos cenários de 'Uncharted 4: A Thief's End' é muito maior do que os outros games da série (Foto: Divulgação/Naughty Dog)

Nessa nova escala de cenários, é possível chegar ao final do mapa por meio de uma rota, olhar para trás, e ver que existem alguns caminhos que você não visitou. Isso também torna mais divertida a coleta de tesouros, que continuam escondidos em centenas pelos capítulos do jogo.

Mas "Uncharted 4" não virou um "Rise of the Tomb Raider". Não existem missões paralelas. A escala do jogo serve para dar uma dimensão inédita à série e mostrar como tudo que Drake viveu até agora é muito pequeno perto do que ainda pode ser desbravado, e não para criar mais conteúdo.

Os novos cenários também ajudam a garantir o alto nível de ação e adrenalina que a série "Uncharted" é conhecida. Os tiroteios são maiores e mais intensos. A grama alta e a quantidade de obstáculos fazem com que os movimentos mais sorrateiros, de "stealth", também tenham mais importância. E o gancho, uma das novas mecânicas de "Uncharted 4", até é usado para alcançar novas áreas, mas vê um fim mais prático para fugir rapidamente de alguma emboscada.
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