Eric Fraga vive de fazer vídeos sobre games e tem acervo de 18 consoles.
Professor de mecatrônica, Sérgio ainda tem o 1º game que ganhou: um Atari.
Eric mostra parte de acervo de consoles antigos
(Foto: Gabriel Gonçalves/G1 Bahia)
Um destes jogadores é o baiano Eric Fraga, que vive de produzir vídeos sobre games para seu site, “Cosmic Effect”. Dono de uma coleção com 18 consoles antigos e cerca de 400 cartuchos, Eric foi fisgado pelos jogos eletrônicos desde a primeira geração.
“Como tenho 36 anos, foi com o Telejogo, que foi o primeiro console brasileiro. Quando eu tinha 3 ou 4 anos, no início dos anos 80, alguém o levou em minha casa. Aquilo me marcou porque foi o primeiro contato com um mundo muito diferente, muito mágico. Me marcou profundamente mesmo”, diz.
Apenas um ano mais velho que Eric, o professor Sérgio Ricardo, coordenador do curso de mecatrônica em uma faculdade de Salvador, também é fã de jogos antigos. Dono de uma acervo com cerca de 30 vídeo games clássicos e 200 cartuchos, ele conta que sua paixão pelos games começou na segunda geração de consoles.
“Comecei pelo Atari 2.600, que tenho até hoje funcionando perfeitamente, e não parei mais. Passei para meu segundo videogame, terceiro, etc. Eu acompanhei a evolução de todas as gerações de consoles”, conta.
“A nostalgia perfeita que falei vem do fato de que o conteúdo dos games, desde o princípio, é digital, e então está preservado. Você vai ter a exata experiência de 1985 ou o ano que for. Não tem diferença nenhuma. O olhar para o console, para os cartuchos e lembrar daquela tarde de sábado em que você jogou River Raid com seus irmãos e foi espetacular”, acrescenta.Para Eric Fraga, um dos principais apelos dos games clássicos é a nostalgia que, segundo ele, nos jogos eletrônicos é experimentada mais intensamente, ao contrário de colecionadores de outros tipos de brinquedos. “O videogame é o exercício perfeito da nostalgia. Os colecionadores de brinquedo, por exemplo, não brincam com aquele produto. Ele é um adulto e não vai brincar com um boneco do He-Man. É uma coleção de prateleira. A coleção de videogames não”, diz.
Sérgio mostra o primeiro video game que ganhou,
ainda criança: o Atari 2.600, que funciona até hoje
(Foto: Gabriel Gonçalves/G1 Bahia)
Já para Sérgio Ricardo, a atratividade dos games antigos está na obrigatoriedade de se usar a imaginação enquanto joga.
“Você visualiza um conjunto de pixels na tela, um emaranhado de quadrados, e precisa imaginar que aquilo ali é um carro de Formula 1, por exemplo. Você consegue visualizar tudo o que um carro de F1 tem naqueles pixels. Hoje nós já temos praticamente um carro real na tela da TV. Antigamente não, a gente tinha que usar a imaginação”, diz.
Eric ainda destaca outro ponto importante no games antigos: eles eram mais desafiadores. “A dificuldade dos jogos de hoje é muito mais granular. Você consegue cumprir os desafios propostos em um tempo menor.
O professor de mecatrônica concorda com Eric. “Hoje, meu filho de 10 anos consegue zerar um jogo em um ou dois dias. Nós passávamos meses até chegar ao final de um jogo, quando chegávamos. A gente comprava as revistas especializadas que davam dicas de como passar de fases. Hoje não. Hoje até por conta de ter uma história, todo um manual dentro do próprio jogo, fica mais fácil”, opina.
Sobre isso, Eric conta que jogadores do Wii U, o vídeo game atual da Nintendo, reclamaram da dificuldade de um jogo antigo, relançado para o console recentemente.
“Os jogadores de Wii U, que são em sua maioria jovens, estavam jogando Super Mario World pela primeira vez, e o desafio era tão grande, que os comentários eram de assustar qualquer jogador antigo. Essa geração joga bem os jogos tipo Call of Duty, de tiro em primeira pessoa, mas eles têm dificuldade com jogos bidimensionais” acrescenta.“Um jogo chamado Super Mario World, para o Super Nintendo, por exemplo, quando foi relançado para o Wii U, que oferece um sistema de internet integrado ao console, no qual jogadores podem comentar com outros jogadores suas experiências, os jogadores estavam se queixando da dificuldade do game, que na época não era considerado um jogo tão difícil assim”, diz.
Além disso, os dois concordam ao afirmar que os jogos em si [gameplay], nos consoles antigos, eram mais atraentes. Para eles, atualmente os desenvolvedores concentram muito esforço nas histórias e se esquecem do jogo em si.
“A história tem que ser uma consequência do gameplay. Videogame não é cinema e nunca vai ser. Videogame é uma entidade própria. E a natureza do videogame é o desafio do gameplay, história é a consequência”, afirma Eric. “Uma grande história faz um grande jogo? Não. Parte do jogo precisa ser na sua imaginação. O videogame tem uma parte explícita, mas obrigatoriamente precisa deixar uma parte para sua imaginação”, explica.
Sérgio acrescenta: “Antigamente, até por conta dos poucos recursos computacionais, quando tinha pouca memória disponível para processamento, você tinha que priorizar o jogo de fato. Era mais objetivo. Hoje, durante o jogo, você tem o manual de como jogar, toda uma história com início, meio e fim, com qualidade gráfica excepcional, então você não consegue imaginar nada. Você está vendo tudo ali”, afirma.
Sergio mostra o acervo que possui em casa. Ao todo são 42 consoles, sendo 30 clássicos (Foto: Gabriel Gonçalves/G1 Bahia)
O professor conta que ele sempre colecionou consoles, desde que era criança. “Eu sempre joguei os antigos. Comprava os novos vídeo games, mas sempre cuidei dos antigos e nunca deixei de jogá-los”, conta Sergio. “Não houve uma retomada de minha parte para os games antigos. Eu jogo os vídeo games da última geração, mas estou sempre voltando ao passado”, completa.
Já com Eric, a história foi um pouco diferente. Ele conta que na geração do Nintendo 64, na segunda metade dos anos 90, ele deixou os consoles de lado e migrou para os games de computador. E que a responsável pela sua retomada aos vídeo games foi a internet.
(Foto: Gabriel Gonçalves/G1 Bahia)
Um destes jogadores é o baiano Eric Fraga, que vive de produzir vídeos sobre games para seu site, “Cosmic Effect”. Dono de uma coleção com 18 consoles antigos e cerca de 400 cartuchos, Eric foi fisgado pelos jogos eletrônicos desde a primeira geração.
“Como tenho 36 anos, foi com o Telejogo, que foi o primeiro console brasileiro. Quando eu tinha 3 ou 4 anos, no início dos anos 80, alguém o levou em minha casa. Aquilo me marcou porque foi o primeiro contato com um mundo muito diferente, muito mágico. Me marcou profundamente mesmo”, diz.
Apenas um ano mais velho que Eric, o professor Sérgio Ricardo, coordenador do curso de mecatrônica em uma faculdade de Salvador, também é fã de jogos antigos. Dono de uma acervo com cerca de 30 vídeo games clássicos e 200 cartuchos, ele conta que sua paixão pelos games começou na segunda geração de consoles.
“Comecei pelo Atari 2.600, que tenho até hoje funcionando perfeitamente, e não parei mais. Passei para meu segundo videogame, terceiro, etc. Eu acompanhei a evolução de todas as gerações de consoles”, conta.
“A nostalgia perfeita que falei vem do fato de que o conteúdo dos games, desde o princípio, é digital, e então está preservado. Você vai ter a exata experiência de 1985 ou o ano que for. Não tem diferença nenhuma. O olhar para o console, para os cartuchos e lembrar daquela tarde de sábado em que você jogou River Raid com seus irmãos e foi espetacular”, acrescenta.Para Eric Fraga, um dos principais apelos dos games clássicos é a nostalgia que, segundo ele, nos jogos eletrônicos é experimentada mais intensamente, ao contrário de colecionadores de outros tipos de brinquedos. “O videogame é o exercício perfeito da nostalgia. Os colecionadores de brinquedo, por exemplo, não brincam com aquele produto. Ele é um adulto e não vai brincar com um boneco do He-Man. É uma coleção de prateleira. A coleção de videogames não”, diz.
Sérgio mostra o primeiro video game que ganhou,
ainda criança: o Atari 2.600, que funciona até hoje
(Foto: Gabriel Gonçalves/G1 Bahia)
Já para Sérgio Ricardo, a atratividade dos games antigos está na obrigatoriedade de se usar a imaginação enquanto joga.
“Você visualiza um conjunto de pixels na tela, um emaranhado de quadrados, e precisa imaginar que aquilo ali é um carro de Formula 1, por exemplo. Você consegue visualizar tudo o que um carro de F1 tem naqueles pixels. Hoje nós já temos praticamente um carro real na tela da TV. Antigamente não, a gente tinha que usar a imaginação”, diz.
Eric ainda destaca outro ponto importante no games antigos: eles eram mais desafiadores. “A dificuldade dos jogos de hoje é muito mais granular. Você consegue cumprir os desafios propostos em um tempo menor.
O professor de mecatrônica concorda com Eric. “Hoje, meu filho de 10 anos consegue zerar um jogo em um ou dois dias. Nós passávamos meses até chegar ao final de um jogo, quando chegávamos. A gente comprava as revistas especializadas que davam dicas de como passar de fases. Hoje não. Hoje até por conta de ter uma história, todo um manual dentro do próprio jogo, fica mais fácil”, opina.
Sobre isso, Eric conta que jogadores do Wii U, o vídeo game atual da Nintendo, reclamaram da dificuldade de um jogo antigo, relançado para o console recentemente.
“Os jogadores de Wii U, que são em sua maioria jovens, estavam jogando Super Mario World pela primeira vez, e o desafio era tão grande, que os comentários eram de assustar qualquer jogador antigo. Essa geração joga bem os jogos tipo Call of Duty, de tiro em primeira pessoa, mas eles têm dificuldade com jogos bidimensionais” acrescenta.“Um jogo chamado Super Mario World, para o Super Nintendo, por exemplo, quando foi relançado para o Wii U, que oferece um sistema de internet integrado ao console, no qual jogadores podem comentar com outros jogadores suas experiências, os jogadores estavam se queixando da dificuldade do game, que na época não era considerado um jogo tão difícil assim”, diz.
Além disso, os dois concordam ao afirmar que os jogos em si [gameplay], nos consoles antigos, eram mais atraentes. Para eles, atualmente os desenvolvedores concentram muito esforço nas histórias e se esquecem do jogo em si.
“A história tem que ser uma consequência do gameplay. Videogame não é cinema e nunca vai ser. Videogame é uma entidade própria. E a natureza do videogame é o desafio do gameplay, história é a consequência”, afirma Eric. “Uma grande história faz um grande jogo? Não. Parte do jogo precisa ser na sua imaginação. O videogame tem uma parte explícita, mas obrigatoriamente precisa deixar uma parte para sua imaginação”, explica.
Sérgio acrescenta: “Antigamente, até por conta dos poucos recursos computacionais, quando tinha pouca memória disponível para processamento, você tinha que priorizar o jogo de fato. Era mais objetivo. Hoje, durante o jogo, você tem o manual de como jogar, toda uma história com início, meio e fim, com qualidade gráfica excepcional, então você não consegue imaginar nada. Você está vendo tudo ali”, afirma.
Sergio mostra o acervo que possui em casa. Ao todo são 42 consoles, sendo 30 clássicos (Foto: Gabriel Gonçalves/G1 Bahia)
O professor conta que ele sempre colecionou consoles, desde que era criança. “Eu sempre joguei os antigos. Comprava os novos vídeo games, mas sempre cuidei dos antigos e nunca deixei de jogá-los”, conta Sergio. “Não houve uma retomada de minha parte para os games antigos. Eu jogo os vídeo games da última geração, mas estou sempre voltando ao passado”, completa.
Já com Eric, a história foi um pouco diferente. Ele conta que na geração do Nintendo 64, na segunda metade dos anos 90, ele deixou os consoles de lado e migrou para os games de computador. E que a responsável pela sua retomada aos vídeo games foi a internet.
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