Goleiros foram refeitos do zero e agora fazem defesas mais reais.Game de futebol chega pela primeira vez em anos sem times do Brasil.
Sempre que um novo "Fifa" é lançado, bate aquela dúvida: o que realmente mudou da versão do ano passado para esta? Na tentativa de ajudar os jogadores nessa tarefa, o G1 separou as principais diferenças de "Fifa 15" para mostrar como elas operam. Assista ao vídeo acima.
Em linhas gerais, "Fifa 15" aposta em recursos que tornam as partidas do game mais imprevisíveis. A tecnologia de inteligência emotiva, por exemplo, faz com que cada atleta virtual reaja fisicamente de maneira única às jogadas. A programação dos goleiros, refeita do zero, cria defesas mais reais e condizentes a cada tentativa de gol. Enquanto isso, a física da bola está mais solta e possibilita chutes estourados e que se desviam com facilidade..
"Fifa 15" é o primeiro game da série a ser produzido com os videogames de nova geração sendo o foco principal. E para Gilliard Lopes, produtor brasileiro do jogo, o poder do PlayStation 4 e do Xbox One ajudou a Electronic Arts a refazer os goleiros, que agora são mais inteligentes.
O que isso significa – A reformulação da inteligência artificial dos arqueiros é facilmente o aspecto técnico mais notável. E graças às animações totalmente refeitas, eles conseguem reagir de maneira espontânea aos chutes a gol. Em "Fifa 15", você verá os goleiros pulando em uma direção, mas esticando a perna na outra ao perceber que a bola desviou na zaga, por exemplo.
Seja em uma ponte para alcançar a bola no alto ou em uma defesa à queima-roupa, os guardametas se comportam de maneira articulada e orgânica e fazem defesas mais reais, mudando a posição dos braços e pernas para se adaptar a cada tipo de ataque e reduzindo a previsibilidade dos outros jogos.
Mesmo assim, alguns frangos inexplicáveis continuam acontecendo aqui e acolá. Nada muito grave..
É de se esperar que uma franquia com edições anuais sempre evolua em seus quesitos estruturais. Mas apesar de a EA ser craque em promover esse tipo de aspecto, "Fifa 15" não abusou da verborragia técnica na hora de se vender.
O que isso significa – Enquanto "Fifa 14" já mostrava um nível de detalhamento facial interessante no PS4 e Xbox One, "Fifa 15" dá um passo adiante e reformula os corpos de cada jogador. Os modelos dos atletas estão atléticos e diferentes uns dos outros. Basta pegar o uruguaio Cavani, do PSG, um esbelto ser de 1,88 m, e comparar com o argentino Lavezzi, seu companheiro de equipe de biotipo troncudo e 1,73 m de altura.
A física da bola, por sua vez, é mais solta. Isso possibilita que os jogadores deem chutes estourados, de bico de pé, com facilidade. A condução da pelota também acontece com maior distância do corpo, e não são raras as oportunidades de drible que dispensam o uso do botão dedicado a essa função.
A mudança, somada à movimentação mais livre dos próprios jogadores, cria novas e incomuns oportunidades de tento. Chutes resvalam com frequência nos zagueiros ou em quem estiver pela frente, e gols de bola desviada passam a acontecer com frequência. Esse funcionamento mais dilatado pode desagradar quem apostava em jogadinhas premeditadas de linha de fundo, por exemplo.
Outra novidade é a mudança de papéis nas cobranças de laterais e escanteios. Desta vez, é possível controlar não o cobrador, mas o receptor da bola. Útil em situações onde a marcação é apertada.
Mas talvez a reformulação menos alardeada, e mais bem-vinda, do espectro funcional de "Fifa 15" seja os menus. Eles finalmente foram reformulados e agora é muito mais fácil visualizar o posicionamento de cada jogador no plano tático da equipe. Com a inclusão do banco de reservas na mesma tela dos titulares, em uma área maior e com os rostos de cada um, nunca foi tão simples conseguir deixar a equipe com os atletas que você quer e na formação desejada.
Quando foi anunciado na feira E3 2014, o carro-chefe de "Fifa 15" foi a chamada inteligência emocional, um recurso capaz de ajustar as atitudes e expressões faciais dos 22 jogadores em campo de acordo com os fatos da partida. Na época, o produtor Aaron McHardy disse ao G1 que o objetivo da tecnologia era "contar a história de cada jogo" a partir das diferentes reações dos atletas, sejam elas de felicidade ou de descontentamento.
O que isso significa – Agora, ao invés de os jogadores se comportarem de maneira uniforme a cada lance, há retratos de alegria ou decepção individuais. De um lado, você irá ver um zagueiro cabisbaixo e de mãos na cintura após sofrer um gol, enquanto o companheiro de equipe está pulando para se animar e continuar com a partida. Do outro, até o goleiro irá comemorar quando seu time abre ou amplia o placar.
É bom deixar claro que esse processamento de emoções de "Fifa 15" é discreto e atua no plano de fundo de jogo, passando muitas vezes despercebido para os jogadores mais concentrados. Quando ele é notado, no entanto, cria situações únicas que contribuem com a atmosfera competitiva do futebol.
Assim como a inteligência emocional, várias outras novidades de "Fifa 15" giram em torno dos aspectos sensoriais do futebol. O gramado se desgasta em tempo real, os uniformes acumulam sujeira com o passar do jogo e até as traves do gol e das bandeirinhas de escanteio são animadas.
O que isso significa – Basta os jogadores começarem a correr e disputar jogadas para o campo mostrar seus primeiros machucados. No caso de um carrinho mais duro, a marca horizontal é nítida e deixa uma falha no meio do gramado. Isso ajuda a criar uma maior noção de causa e consequência, mas em alguns momentos pode parecer exagerado. Mesmo em partidas ditas tranquilas, o campo pode ficar bastante machucado, o que faz pensar se por ali passou uma partida de futebol ou uma manada de bois.
Por outro lado, o clima de jogo ao vivo é reforçado com a inclusão de cantos de torcida em vários idiomas e do sistema de som dos estádios, que anuncia substituições, autores de gols e outras informações aos torcedores. Esse tipo de detalhe torna a partida mais pulsante.
Novos ângulos de câmera também tem um papel importante e ajudam a deixar "Fifa 15" com ainda mais cara de transmissão de TV. Da narração dos gols no intervalo dos jogos, com uma iluminação diferente e imagens em velocidade reduzida, aos closes nos pés dos jogadores e nas reações aos lances, cada replay é dramático e cinematográfico.
São todos detalhes, mas "Fifa 15" ganha muito com essa atenção à atmosfera futebolística. O fato de ser possível puxar os jogadores pela camisa em uma disputa ombro a ombro e de um chute na veia resvalar na trave e entrar, sem defesa para os goleiros, não altera necessariamente a ordem do produto, mas com certeza o deixa mais atraente.
No final de julho, a EA anunciou que "Fifa 15" não teria clubes brasileiros e atletas que atuam no Brasil. A notícia pegou os fãs desprevenidos e foi alvo de críticas. Para Jonathan Harris, diretor da empresa no país, o impasse jurídico gerou "um passo atrás em termos de conteúdo" para o game.
O que isso significa – Não se deixe enganar: a ausência dos times brasileiros é bastante sentida em "Fifa 15", ainda mais pelo fato de o jogo oferecer todas as equipes de ligas menores, como a da Arábia Saudita e da Noruega. Muitos jogadores só usavam as equipes nacionais mesmo nos modos on-line, onde os gigantes europeus costumam dominar as partidas.
Mas quem mais sofre é a seleção brasileira. A amarelinha aparece com a escalação desatualizada, já que conta apenas com atletas que atuam no exterior. Se você gosta de jogar sempre com a convocação mais atual – Robinho, Gil, Elias, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Diego Tardelli inclusos – esqueça. Pelo menos por enquanto.
Mas quem mais sofre é a seleção brasileira. A amarelinha aparece com a escalação desatualizada, já que conta apenas com atletas que atuam no exterior. Se você gosta de jogar sempre com a convocação mais atual – Robinho, Gil, Elias, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Diego Tardelli inclusos – esqueça. Pelo menos por enquanto.
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